A HISTÓRIA DO FUSCA NO BRASIL
No final de 1950 chegaram ao
Brasil os 30 primeiros Fuscas. Era o começo de um caso de amor entre
o país e seu carro mais popular. Tanto que, mal desembarcaram no
porto de Santos e logo foram vendidas todas as unidades. Já em 1953
o Fusca com motor 1200 cm3 era montado em um galpão alugado em São
Paulo, no bairro do Ipiranga. Aumentava o número de admiradores,
apesar de muitos ainda estranharem um carro tão pequeno e com motor
na parte traseira.
Em 1956, a Volkswagen começou a construção de sua 1ª fábrica no
país, um gigante com mais de 10 mil m2 que ficou pronta em 1957. Seu
primeiro produto foi a Kombi e até 1957 mais de 2 mil Fuscas e mais
de 500 Kombis foram montados. O número ainda era tímido, mas
significativo.
A indústria automobilística brasileira dava seus primeiros passos.
Se no começo da década de 50 o Fusca era importado; já no final, era
produzido em fábrica brasileira.
1959 - Foi introduzido uma barra estabilizadora para o eixo dianteiro.
1961 - Neste ano, ele ganhou uma caixa de câmbio totalmente sincronizada,
novas lanternas traseiras e marcador de nível de combustível.
Anos 60
Os anos 60 chegam sob o signo da liberdade e da transformação. Um pouco
como o Fusca, que encarava qualquer tipo de estrada, debaixo de chuva ou
de sol. Um carro econômico e popular que fazia até 10 km por litro na
cidade.
O dobro do desempenho dos importados que, cada vez mais, perdiam espaço
nas ruas e estradas para o Fusca. Já em 1962, o Fusca era o líder do
mercado brasileiro com mais de 31 mil unidades. Os anos 60 são anos de
comemoração: em 4 de julho de 1967 a Volkswagen comemora a marca de meio
milhão de veículos produzidos no Brasil.
1962 - Passou a ser fabricado com chassi nacional. Os
faróis passaram a ter luz assimétrica e na cabine foi instalado um
gancho-cabine.
1965 - Ano de muitas inovações: trava de direção, lanterna maior para a
placa traseira, indicadores de direção redesenhados, conforme normas
internacionais, maior espaço para passageiros do banco de trás, encosto
do banco traseiro dobrável, e barra de direção com lubrificação
automática. E, opcionalmente era oferecido, pela primeira vez no Brasil,
o teto solar.
O Fusca na década de 60 passou por diversas modificações
1967 - Troca do motor 1200 pelo 1300 cilindradas, com 46 cv SAE de
potência, dez a mais do que o anterior, um vidro traseiro 20% maior e um
controle de luz alta/baixa na mesma alavanca onde já funcionava o
indicador de direção. E mais: aro de rodas com maior número de furos,
para facilitar a ventilação dos freios e novo escapamento e houve ainda
a introdução de um dispositivo que impedia a abertura não intencional
das portas.
1968 - O sistema elétrico mudou de 6 para 12 volts, a caixa de direção
passou a ser lubrificada com graxa ao invés de óleo.
Anos 70
O início dos anos 70 registra as melhores vendas do Fusca e o começo
da exportação do modelo. Só em 1973 foram vendidos mais de 224 mil
unidades, 40% das vendas totais de automóveis no país. 1970 é o ano
do Sedan 1500, mais conhecido como Fuscão, era mais luxuoso e vinha
com cinto de segurança.
Quatro anos depois, chegava o "Super-Fuscão" (Bizorrão), com motor
mais potente de 1.600 cilindradas. Pouca gente diria que ao longo de
sua trajetória, o Fusca passou por 2.500 modificações, umas mais
visíveis, outras nem tanto. Mas nenhuma foi tão marcante quanto a
das lanternas traseiras maiores, introduzidas em 1979. Imediatamente
ganharam o apelido de "Fafá", como referência à cantora Fafá de
Belém. Na década de 70 a Volkswagen chega à marca de um milhão de
Fuscas produzidos no país.
1 970 - Nasce o
sedã 1500, apelidado de "Fuscão", com motor de 52 cv SAE, bitola
traseira 62 mm mais larga que a do 1300, barra compensadora no eixo
traseiro, capô do motor com aberturas para ventilação e novas
lanternas traseiras incorporando luz de ré. Seu acabamento era mais
luxuoso e já vinha com cintos de segurança. O Fusca 1300 desse ano,
tal como o Fuscão, ganhou pára-choques de lâmina única mais fortes e
resistentes, capô do motor e do porta-malas redesenhados.
1973 - Os dois modelos 1300 e 1500 passam a ser equipados com novo
dispositivo distribuidor de avanço vácuo-centrífugo e com
carburadores recalibrados, para otimizar o consumo de combustível.
Novos faróis mudaram o desenho dos pára-lamas.
1974 - Mudanças fundamentais nos dois sedãs 1300 e 1500 e lançamento
do VW 1600-S, o Super Fuscão, com motor de dupla carburação que
desenvolvia 65 cv SAE, tinha volante de direção esportiva de três
raios, e painel com marcador de temperatura, relógio e amperímetro.
Em 1975 era o ano do Fusca 1500
1975 - Mais segurança ainda: chassi e trilhos dos assentos
reforçados. A linha foi ampliada com os modelos 1300L e 1600 (tida
como versão normal do Super Fuscão).
1976 - Outra vez a segurança: espelho retrovisor externo maior e em
nova posição, limpadores de pára-brisa maiores e com nova fixação.
1977 - Um ano de muitos aperfeiçoamentos: coluna de direção retrátil
que protege o motorista em caso de choque frontal, duplo circuito de
freios independentes, com luz de advertência no painel para evitar
qualquer anormalidade no sistema de iluminação regulável;comando do
limpador do pára-brisa na coluna de direção, espelho retrovisor
interno destacável em caso de choque e reforços estruturais na
carroceria e chassis.
1978 - Mudança do bocal do tanque para a lateral direita do carro,
interruptor do pisca - alerta transferido para a coluna de direção e
chave única para portas, capô do motor e ignição.
1979 - Volante de direção em polipropileno texturizada, novo espelho
retrovisor externo de formato retangular. Lanternas tipo "Fafá" e
pára-lamas traseiros reestilizados nos Fuscas 1300 L e 1600.
Anos 80
Apesar de ser conhecido no Brasil como Fusca desde os anos 50, só em
1984 veio o "batismo" oficial. Afinal, a essa altura, o carro mais
popular do país não era conhecido por um outro nome. Mas a década de
80 também marca o final da produção do Fusca. Foi em 1986, quando a
Volkswagen noticiou a descontinuidade do modelo e tocou fundo o
coração de milhares de brasileiros.
Era o fim de uma época não só no Brasil, mas em quase todo o mundo.
Sob o signo da modernização, a Volkswagen investe em tecnologia e
introduz sofisticados robôs em suas linhas de montagem. O produção
do Fusca era extremamente manual para os anos 80 e o modelo não
permitia o desenvolvimento de modelos derivados, o que se tornou uma
característica dos carros mais modernos. Mas um dos fatores mais
determinantes do fim do Fusca foi a grande queda em suas vendas,
logo após a introdução da família BX (Gol, Voyage, Parati e
Saveiro).
1982 - é lançado o Fusca 1300 com motor a álcool.
1983 - A linha de sedãs VW fica restrita aos modelos com motor 1300
que passam a se chamar, oficialmente,Fusca, e incorporam uma caixa
de câmbio do tipo "Life-Time", que dispensa a troca periódica de óleo
lubrificante.
Aquecimento interno, painel forrado, filtro de ar em banho de óleo e
ignição eletrônica para os Fuscas com motor a álcool.
De série, os Fuscas com motor a álcool têm carburadores e bomba de
combustível com nova proteção anti-corrosiva, novo filtro a álcool,
e válvulas termo-pneumático localizadas na entrada dos filtros de
ar.
1984 - Desaparece o motor 1300 e surge um novo 1600, com pistões,
cilindros e cabeçotes redesenhados, válvulas de escapamento maiores
e novas câmaras de combustão que melhoram a queima da mistura
ar/combustível. Novos freios a disco dianteiros e barra
estabilizadora traseira.
1985 - Para comemorar o lançamento do linha 85 uma série especial do
Fusca passou a ser comercializada. Era um modelo produzido
exclusivamente na cor verde Cristalino metálica, com motor 1.6 a
álcool, de dupla carburação.Na versão normal o acabamento interno
ficou mais luxuosa.
1986 - O Fusca passou a ser oferecido com uma única versão a
gasolina ou a álcool. Mais luxuosa, inclui entre outros itens painel
de instrumento forrado, volante espumado e bancos reclináveis com
apoio de cabeça,além de janelas laterais traseiras basculantes.
Nesse ano o Fusca deixa de ser fabricado no Brasil.
Anos 90
O que parecia impossível aconteceu. Em 1993, a pedido do então
presidente Itamar Franco, a Volkswagen volta a fabricar o Fusca. A
idéia era combater o desemprego, estimular a produção de automóveis
e oferecer uma alternativa popular de carro.
Após oito meses de preparativos e investimentos de US$ 30 milhões, o
Fusca estava de volta trazendo junto 800 novos empregos diretos, 24
mil indiretos e inovações que o faziam melhor do que o modelo
retirado de linha sete anos antes.
Vidros laminados, catalisador, barras estabilizadoras na traseira e
na frente, pneus radiais, freio dianteiro a disco, reforço
estrutural, cintos de segurança de três pontos são alguns exemplos
de melhoras, sem falar nos avanços tecnológicos do processo
produtivo. Para se ter uma idéia da volta do modelo ao mercado,
basta ver sua lista de espera, formada por treze mil inscritos.
No final do milênio, o Fusca surpreende mais uma vez.
Depois de ser novamente retirado de linha, volta em 98 completamente
reformulado, tanto no projeto quanto na tecnologia arrojada, mais
ajustada ao próximo milênio. Em pouco tempo, a mesma sensação
causada, no passado, pelo carro do século já é revivida pelo Novo
Fusca.
1998 - O New Beetle foi apresentado oficialmente no
Salão de Detroit com uma versão para o público americano, produzida no
México.
1999 - O Brasil começa a vender o New Beetle com motor 2.0 de 1216 cv.
No mesmo ano foi divulgada a comercialização de 170 mil unidades em todo
o mundo.
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